quinta-feira, 8 de outubro de 2009

E agora?

Notícias de Ourém 08.10.2009

Mais do que nunca, tenho uma enorme curiosidade sobre o que vão ser os resultados das autárquicas em Ourém. É verdade que das legislativas nunca se transpõe totalmente para as autárquicas, mas desta vez por causa da proximidade torna-se um ponto de comparação interessante.
Em Ourém, o PSD teve no domingo das legislativas mais do dobro dos votos do PS. E contados os votos assim, mesmo com o Bloco de Esquerda que não concorre no concelho, o CDS-PP voltava a eleger folgadamente um dos 7 vereadores. Com estes votos, PSD - 4, PS - 2, CDS - 1.
Mas pouca gente acredita que o PSD consiga manter esta votação para as autárquicas. A lamentável ausência nos debates, primeiro no Olival, organizado pelo Movimento Independente MOIA, e agora na Escola Profissional, organizado pelo Região de Leiria, mostra uma atitude de sobranceria que não pode ser ignorada pelos eleitores. Ninguém mais do que Vítor Frazão tem obrigação de esclarecer e explicar o que foi feito e o que está por fazer. Mais do que ninguém, é ele que tem que explicar a dimensão do buraco de dívidas que a Câmara tem, e durante quantos anos isso vai impedir outros investimento. É ele que tem de explicar onde é possível ir buscar dinheiro depois de já não haver mais espaço para parquímetros, depois de já ter taxado todos os reformados do concelho. O PSD vai, naturalmente, ser castigado nas autárquicas.
O PS apostou numa estratégia de recolha de descontentes do PSD e isso pode-lhe render parte dos votos que fugirão a Vítor Frazão. Mas do outro lado deixarão escapar os votos de quem não entende que raio de magia é que transformou em bons os que noutros tempos eram criticados pelo PS. Há uma secção laranja nos apoios do PS, como já se notou. Mas essa ala PSD é ou não é composta pelos mesmos que noutros tempos apoiaram com entusiasmo Mário Albuquerque e David Catarino? Mas afinal é esse modelo de autarca que procuramos? Pela minha parte não é, e desconfio genuinamente de quem acolhe e destaca esses apoios.
Para onde irão então os votos dos que querem qualquer coisa diferente?As restantes forças políticas, partidos, coligações ou movimentos, arrancam mais abaixo na tabela das apostas eleitorais, mas de certo vão protagonizar algumas boas surpresas, nas Juntas de Freguesia, na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal.
Dia onze haverá muitas contas para fazer.

João Filipe Oliveira
Candidato PCP-PEV