Algumas pessoas estranham ver o senhor Filipe Janeiro na lista do PS. Eu não. Só os desatentos podem não ter reparado que o último presidente de Câmara do PSD, Frazão, abandonou o partido e concorre pelo MOVE; e a última presidente da Assembleia Municipal cabeça de lista do PSD, Deolinda, abandonou o partido e concorre pelo PS. Filipe Janeiro não está sozinho nesta decisão, e isto tem um significado.
Direi ainda mais, eu mesmo, se estivesse na situação de ter concorrido pelo PSD nos últimos anos, também mudava.
Um partido que a nível económico vai destruindo a grandes golpes o país, vendendo tudo o que serve a população. Um partido que não respeita o povo nem a Constituição, inventando uma lei autárquica para acabar com tantas freguesias, por teimosia de um ministro Relvas afinal já demitido. Um partido que está entregue a uma geração de betinhos que nunca trabalharam e se acham alguém porque tiraram uns cursos na América. Os mesmos que acham bem baixar o salário mínimo, porque sempre tiveram tudo e nunca tiveram de sobreviver com menos de 500 euros por mês.
Só me espanta que ainda haja tanta gente a aceitar concorrer na lista de um partido assim.
Pode ser que, a nível do concelho, vejam no partido as qualidades que eu não lhe encontro. Mas imagino, pelas figuras destacadas que se afastaram, que a chegada da segunda geração Albuquerque não produziu o entusiasmo que ele esperava.
É claro que eu não mudava para um partido que nos deu um Sócrates, como Deolinda ou Filipe Janeiro. Mas isso já é outra história.