Diz Vitrúvio no início do livro X:
"Diz-se que na nobre cidade grega de Éfeso há uma velha lei instituída pelos antepassados, talvez de grande dureza, mas não juridicamente injusta. Quando um arquitecto recebe o encargo de uma obra pública, responsabiliza-se pelo seu preço final. Entregue a estimativa ao magistrado, ficam hipotecados os seus bens, até que a obra esteja concluída. No fim, correspondendo as despesas ao orçamentado, o arquitecto é cumulado de louvores públicos e de honras. Se não ultrapassou em mais de um quarto o cálculo inicial da obra, serão os custos suportados pelo erário público e não lhe será aplicada qualquer sanção. Todavia, se tiver gasto mais do que a quarta parte, será obrigado a pagar do seu próprio bolso até perfazer o débito."
Era um bom ponto de partida para aplicar nos dias de hoje a certos autarcas e governantes que não se inibem de gastar mais dinheiro público do que aquele que deveriam. Ficam os projectos futuros impedidos pela imprudência dos governantes presentes.
E não me anda o pensamento longe dos novos paços do concelho de Ourém, quem em vez de 4 custou 7. Agora quem devia pagar a diferença eram aqueles que irresponsavelmente se lançaram na aventura. Talvez assim fossem mais cuidadosos quando se trata de gastar o dinheiro público.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
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