domingo, 8 de fevereiro de 2009

A sabedoria dos antigos

Diz Vitrúvio no início do livro X:

"Diz-se que na nobre cidade grega de Éfeso há uma velha lei instituída pelos antepassados, talvez de grande dureza, mas não juridicamente injusta. Quando um arquitecto recebe o encargo de uma obra pública, responsabiliza-se pelo seu preço final. Entregue a estimativa ao magistrado, ficam hipotecados os seus bens, até que a obra esteja concluída. No fim, correspondendo as despesas ao orçamentado, o arquitecto é cumulado de louvores públicos e de honras. Se não ultrapassou em mais de um quarto o cálculo inicial da obra, serão os custos suportados pelo erário público e não lhe será aplicada qualquer sanção. Todavia, se tiver gasto mais do que a quarta parte, será obrigado a pagar do seu próprio bolso até perfazer o débito."

Era um bom ponto de partida para aplicar nos dias de hoje a certos autarcas e governantes que não se inibem de gastar mais dinheiro público do que aquele que deveriam. Ficam os projectos futuros impedidos pela imprudência dos governantes presentes.

E não me anda o pensamento longe dos novos paços do concelho de Ourém, quem em vez de 4 custou 7. Agora quem devia pagar a diferença eram aqueles que irresponsavelmente se lançaram na aventura. Talvez assim fossem mais cuidadosos quando se trata de gastar o dinheiro público.

3 comentários:

maria mar disse...

Comparada com as sedes dos concelhos vizinhos, a "cidade" de Ourem é um atrofio!!!

Enfim...democraticamente, tem k se aceitar a vontade da maioria, mas ja nao ha paciencia que aguente ver sp os mesmos "senhores feudais" por aqui! Há anos k sao disparates atrás uns dos outros, é das câmaras mais endividadas e...nada a fazer!

Agora esperemos para ver a negociaçao que a CMO levou a efeito para definir o traçado do IC9: pontes, nós...sabe-se lá bem por onde passa ao certo!
Nem os donos dos terrenos (a expropriar?) sabem!
Mais qualquer coisa de pouco transparente a passar por aqui?

Unknown disse...

Não me faria muita diferença que fossem sempre os mesmos escolhidos pelo povo, desde que não fosse tão modesta a capacidade de gerir a coisa pública. Mas o nível de exigência por estes lados não é muito elevado, por isso está tudo bem para o povo que "deita o voto".

maria mar disse...

A mim tb nao me faria nenhuma diferença que assim fosse. Além do bx nível de exigencia, já foram criados demasiados vícios e compadrios durante os longos anos monocolores deste concelho; a transparencia esvaiu-se em comicios caseiros, e resta a opacidade! Esta opacidadde é o que transparece para os municipes atraves de decisoes mediocres, que nao nos beneficiam.
Dificilmente outro partido, ou alguém, conseguirá fazer pior!