segunda-feira, 16 de julho de 2007

A sondagem

Notícias de Ourém, Agosto 2005

Apetece-me copiar o estilo da “Coluna do Centro” e trazer aqui uma citação que parece tirada de um almanaque para políticos com défice de ideias. A frase mais apropriada é assim: “as sondagens valem o que valem”, da autoria de um politico qualquer que não gostou lá muito dos resultados.
Mas isto é só uma brincadeira. Em primeiro lugar, porque ainda não me faltam ideias, em segundo lugar porque não acredito que os políticos sejam todos iguais, já que os políticos somos todos nós que temos opinião.
A sondagem do Notícias de Ourém vale, e vale muito. Vale para os partidos, para orientarem a campanha. E vale para os eleitores, para definirem o seu voto.
Confesso que, fazendo parte da lista do José Alho, eu gostava que os resultados nos fossem mais favoráveis, mas acredito que a apresentação das pessoas, das ideias e dos projectos vai ser determinante para melhorar o resultado final.
A presente sondagem mostra claramente que o actual presidente da Câmara parte muito à frente, o que não é inesperado num concelho que vota tradicionalmente mais à direita. Basta ver que nas últimas legislativas, mesmo com um candidato como Santana Lopes, o seu partido manteve uma votação forte, mesmo quando a grande maioria do país o considerava um mau candidato.
Mas há um dado da sondagem que me parece importante destacar, porque mostra aquilo que é referido em todas as sondagens, a margem de erro. Na entrevista 52,5 % das pessoas declaram ter votado Catarino em 2001, mas os resultados oficiais são menores, com 48,2 %. O desvio é de 4 pontos. Na entrevista 18,5% declaram ter votado em outros candidatos, mas só o Paulo Fonseca obteve 35,2%, um desvio de mais de 17 pontos, uma vez que nos outros candidatos se incluíam também os da CDU e do PP. Assim, a tendência das respostas nesta sondagem parece favorecer o presidente cessante em relação aos outros candidatos. Enquanto Catarino mostra mais do que aquilo que tem, José Alho e os outros candidatos parecem ter mais do que aquilo que a sondagem mostra.
Além disso, não ignoramos que mais de 20 % dos eleitores aparentemente ainda não decidiu em quem vai votar. Esperamos que não deixem de olhar para as nossas ideias, porque temos a certeza de que nos vão dar a sua confiança.
Claro que nada disso retira a vantagem que o actual presidente da Câmara mantém em todos os parâmetros e que esta tendência precisa de ser invertida com uma campanha civilizada, séria e esclarecedora, de preferência sem ataques pessoais e sem cartazes rasgados.
Esse é o papel dos partidos e é o papel da comunicação social. Para já os leitores do Notícias de Ourém também partem em vantagem, porque já podem olhar para estes resultados e reflectir melhor sobre a sua decisão.
E sobretudo aqueles que acham que o concelho de Ourém precisa de novas ideias, de um novo estilo e de corrigir alguns vícios que com os anos se vão instalando nos centros de governação, aqueles que acham que é necessário mudar, já sabem que não é possível ficarem parados, à espera que as coisas aconteçam. Pela frente está um grande trabalho por fazer.

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